Não sou muito de acompanhar desfiles e revistas de moda. Toda vez que vejo alguma coisa nesse sentido, fico um pouco desanimada com essas grandes marcas e indústrias que podem tudo, sabem de tudo... Acho que falta uma dose de realidade e sentido em cima de muita coisa que é feita. Sim, são desfiles lindíssimos e impecáveis, mas totalmente comerciais. Até os estilistas que eu admiro muito se renderam ao caminho do TEM QUE VENDER – e isso me assusta. Certamente o excesso de business tem um efeito colateral sobre a criatividade e as possibilidades de criação.
Por outro lado, percebo que essa grande indústria da moda aos poucos tem percebido que o tamanho ideal não é o P, e que o que é G vende muito. E isso é ótimo! A modelagem mais ampla valoriza muito a mulher grande, e editar esse tamanho é antes de tudo uma atitude de respeito às clientes. E pra minha felicidade, o cós das calças jeans finalmente subiram! Finalmente os produtores dessas peças se tocaram pra essa necessidade. Também gostei de ver looks mais práticos e urbanos, roupas mais descomplicadas... Tô bem nesse caminho. Mas sinceramente, gostaria de ver mais experimentos nas passarelas das semanas brasileiras de moda.
O que eu mais curti: Alexandre Herchcovitch, que mesmo assumindo o foco nas vendas não deixa de imprimir seu olhar sobre as peças. Skate, casacos de linha, bolsas tipo pasta e a clássica caveira, que eu amo!
Também adorei os vestidos de franjas de canutilho da Coven, bem soltinhos e com uma atmosfera dos anos 60. Essa marca imprimiu um olhar muito forte sobre os tamanhos grandes no seu desfile.
Acquastudio fez outro desfile que eu gostei. Muito romântico, tudo lindo e fofo... Com certeza já virou objeto de desejo de muitas mulheres.
Vejo tudo isso e penso que não fazer parte desse metiê também significa conseguir sobreviver e viver de moda tendo a chance de fazer aquilo que eu acredito. De ser mais livre e ter gente à minha volta que acredita no trabalho feito aqui no Espaço Ferrugem. Sou feliz por isso :)
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