Os protestos do Wikipedia e de todos os outros sites contra os projetos de lei americanos SOPA, Stop Online Piracy Act, e PIPA, Protect IP Act,
precipitaram uma discussão sobre o direito autoral e a propriedade
intelectual que nunca tinha sido feita com tanto fervor até então.
Depois de tantas notícias publicadas, acho importante que a gente
reflita mais sobre a liberdade e os direitos que estão em jogo, por isso
faço questão de replicar aqui um texto do Luis Nassif sobre o assunto. Retirado do site dele, o Luis Nassif Online:
Caríssimos, publicamos aqui nossa nota de repúdio à tentativa de
violação dos direitos individuais pelos projetos SOPA (Stop Online
Piracy Act) e PIPA (Protect IP Act) propostos por parlamenteres
estadunidenses.
Entedemos que compartilhamento é diferente de Pirataria.
Vamos aproveitar para reproduzir parte de um diálogo em nosso perfil do Facebook para ilustrarmos o que pretendemos com isso.
Amigo: “Fim do Megaupload = Ressurreição das video-locadoras, lojas de discos lotadas e valorização artística”.
Mucury Cultural: “Ou não, amigo, ou não... uma coisa é a indústria, outra coisa é o artista, o bom artista. E a crise do setor fonográfico, por exemplo, é muito anterior à internet e sites de compartilhamento.
Compartilhamento pode ser sinônimo de circulação,
pode, às vezes não é. O não compartilhamento,significa que nunca
poderemos conseguir comprar um disco do Zaire de 1975. E boa parte de
nosso repertório em nossa radioweb foi conseguido assim.
Você consegue um disco de "Zé Coco do Riachão" aqui (em Teófilo Otoni)?”
Amigo: “Perfeito. Porém, quando o nível de pirataria decrescer,
automaticamente as gravadoras irão de alguma maneira começar a investir
na produção de mais discos, coletâneas, "as 20 mais de fulano x" e
principalmente, no seu caso, resgatar antigos álbuns, como o do Zaire de
1975. É tudo questão de incentivo. Creio que com os hosts de
compartilhamento, as gravadoras, artistas e os bons artistas, perderam
grande parte de seu incentivo para produzir com afinco na área
discográfica e focar (forçadamente, na maioria das vezes) na área de
compartilhamento. Sou a favor, mas entendo seu ponto”.
Mucury Cultural: “Amigo, temos amigos que trabalham profissionalmente
com música a décadas, antes da internet surgir e isso nunca aconteceu.
O que perderam [aqueles que ganham com a indústria fonográfica]foi
lucro, a única coisa que as interessam. E o que dá lucro hoje?
E a indústria fonográfica perdeu o ritmo, perdeu o 'bonde da
história' e agora quer fazer que nem o Super Homem para salvar Lois Lane
do soterramento no Super Homem - O Filme.
E a pirataria é mais antiga que a net, pois nós todos que não
tínhamos grana para comprar discos ou não os encontrávamos, dependíamos
de fitas cassete para o compartilhamento.
O atual argumento é muito frágil, para que o conhecimento,
informações e a cultura voltarem a não circular [livremente] por que um
país resolveu dar um tiro para tentar sair de sua própria crise...
O SOPA e o PIPA são patéticos”.
Pois bem, deixamos aqui nosso desejo de continuarmos compartilhando
conhecimento, cultura, expressões culturais e produção audiovisual ainda
por muito tempo!
E não repitamos um grande equívoco da humanidade, o de queimarmos a Biblioteca de Alexandria, a nossa atual é a Internet.
Que Krenhouh Jissa Kijú nos ajude!
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